terça-feira, 24 de junho de 2008

O Poema do Caminhão, por Sebastião Vicente


Escrito em versos irresponsavelmente livres, O Poema do Caminhão pretende ser uma opereta de rua, uma encenação barata que se pode fazer numa praça, num beco, num oitão de casa velha.
O texto não se envergonha dessa condição – antes, a invoca. Por isso seus personagens são tão esquemáticos quanto sua estrutura. Nesse sentido, é quase didático. Mas não se engane: por trás dos seus versos fáceis, de sua fanfarronice ligeira, de sua gaiatice sertaneja, está um desejo franco de tocar a alma da multidão.
Como fazia o grupo Alegria, Alegria no centro de Natal nos anos 80. Como tentavam desesperadamente fazer os velhos circos molambentos que instalavam seus trapos nas cidades seridoenses na segunda metade dos anos 70.
O Poema do Caminhão se considera neto e bisneto dessas duas formas de arte popular. E socorre-se delas na tentativa de se fazer ouvir, declamando, cantando e dançando a poesia de um tipo de artista que, parece, não existe mais. “O circo pegou fogo, Birimba?”

Sebastião Vicente é jornalista formado pela UFRN. Trabalhou como repórter, redator e editor em vários órgãos de comunicação de Natal e Brasília, onde reside. Atualmente é editor de textos da TV Câmara, o canal de televisão mantido pela Câmara dos Deputados. É autor de três textos teatrais premiados no Concurso Nacional Funarte/Ministério da Cultural. Em 2001, ganhou o 3º. lugar com Valsa na Varanda, texto encenado no teatro Glauce Rocha, no Rio de Janeiro. No ano seguinte, 3º. lugar com A Exclusão, comédia dramática montada em Natal sob o título de Barra Shopping. Em 2005, venceu o primeiro lugar na categoria teatro infanto-juvenil pela região Centro Oeste/Norte com o texto O Poema do Caminhão. Na internet, mantém o blog Sopão do Tião (http://www.sopaodotiao.blogspot.com/).


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